Neurocirurgia Funcional
Tratamento da Dor e Distúrbios do Movimento
Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é uma doença neurológica lentamente progressiva, relacionada à perda de neurônios produtores de um neurotransmissor chamado dopamina. A dopamina atua no controle das mensagens entre várias regiões cerebrais, responsáveis, por sua vez, pelo controle dos movimentos e coordenação do corpo.
Os sintomas iniciais da Doença de Parkinson costumam ser sutis e de surgimento gradual.
Muitas vezes podem ser, erroneamente, considerados característicos do envelhecimento, tal fato pode dificultar o diagnóstico pelo paciente e familiares. Com o avançar da doença, podem ocorrer sintomas típicos que fazem pensar no diagnóstico, tais como tremor assimétrico, micrografia (dificuldade para escrever e a letra fica pequena), rosto pouco expressivo, voz fraca, hipotensão postural, perda do olfato, sono inquieto, entre outros.
O diagnóstico
da Doença de Parkinson se inicia com uma avaliação neurológica em consultório, quando se evidenciam no paciente três de quatro sinais:
· Tremor assimétrico,
· Rigidez;
· Lentidão e diminuição dos movimentos, além da instabilidade postural.
É prescrita medicação específica e havendo melhora significativa dos sintomas, o diagnóstico é reafirmado.
O tratamento da Doença de Parkinson envolve o uso de medicamentos, reabilitação com equipe multidisciplinar e cirurgia.
Em muitos casos, é aconselhável que os três possam ser feitos conjuntamente.
Distonia
A distonia é um distúrbio neurológico caracterizado pela contração involuntária, repetitiva ou intermitente de algum grupo muscular, ou vários grupos. Estas contrações podem
durar desde alguns minutos a muitas horas, o que pode ser bastante doloroso e prejudicar a vida funcional do paciente.
Existem vários tipos de distonias, entre os principais, destacam-se o blefaroespasmo, o torcicolo espasmódico, a Doença de Meige, a distonia primária generalizada e a distonia sensível a levodopa.
O tratamento da distonia pode ser realizado com medicamentos, toxina botulínica e nos casos refratários, por meio de intervenções neurocirúrgicas. Entre os principais procedimentos cirúrgicos estão a palidotomia (tratamento que visa destruir com uma sonda a parte da região do cérebro envolvida no controle dos movimentos) e a estimulação cerebral profunda (DBS).
Tremor Essencial
O Tremor Essencial (TE) é uma doença neurológica que provoca um tremor incontrolável no paciente. Sua etiologia é desconhecida. A condição acomete o movimento de diferentes partes do corpo, especialmente das mãos, braços, cabeça e laringe (caixa de voz). Pode ser confundido com a Doença de Parkinson, mas esta última tem sua causa bem conhecida e cursa com vários outros sintomas.
Boa parte dos pacientes com tremor essencial controlam os sintomas com mudanças no estilo de vida e orientações.
Quando os sintomas atrapalham o dia a dia do paciente, podem ser usados medicamentos. Contudo em casos refratários, ou seja, quando não há resposta aos remédios, o paciente pode ser submetido a um procedimento cirúrgico baseado na neuromodulação, que é a estimulação cerebral profunda (ou DBS, que significa Deep Brain Stimulation), a qual apresenta excelente resposta.
Espasmo Hemifacial
O espasmo hemifacial é uma contração involuntária e indolor, que ocorre em um dos lados da face. Raramente ocorre bilateralmente. É decorrente de uma disfunção no sétimo nervo craniano, devido ao mau posicionamento de um vaso sanguíneo sobre ele. Essa patologia, no geral, ocorre no ponto onde o nervo facial sai do tronco cerebral.
No início da doença, as contrações ocorrem de forma espaçada e intermitente. Com o decorrer do quadro, as contrações podem se manifestar constantemente, o que pode acarretar sofrimento emocional e constrangimento ao paciente.
Após a confirmação do quadro clínico, o tratamento pode ser realizado com aplicação de toxina botulínica terapêutica. Contudo, a duração dessa medicação é temporária, sendo necessário repetir as sessões periodicamente. Para a solução definitiva do problema, pode-se realizar uma cirurgia para a correção do mau posicionamento do vaso sanguíneo ou pressionamento provocado pela curvatura de uma artéria sobre o sétimo nervo craniano.
Espasticidade
A Espasticidade é uma condição clínica que pode acompanhar vários tipos de lesões ao sistema nervoso central, como por exemplo, pode ser decorrente de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), esclerose múltipla, traumatismos cranianos e lesão da medula espinhal. Tem potencial incapacitante,
podendo ocasionar dificuldades funcionais, dor, contraturas e deformidades.
Os pacientes apresentam aumento do tônus muscular e hiperreflexia, que se tornam mais evidentes com a resistência ao movimento ou aumento da sua velocidade. Vários são os prejuízos da espasticidade no dia a dia do indivíduo, podendo interferir na alimentação,
cuidados de higiene, transferência e locomoção.
Entre os tratamentos da espasticidade, destaca-se o uso de medicamentos orais, a aplicação de toxina botulínica e a realização de determinados procedimentos cirúrgicos.
Quando procurar um
Neurocirurgião Funcional?
A Neurocirurgia Funcional é a subespecialidade da Neurocirurgia voltada para o manejo clínico e cirúrgico de doenças neurológicas que afetam a funcionalidade do paciente, a exemplo da Doença Parkinson, do tremor essencial, da distonia, da espasticidade, de dores complexas e refratárias.